Hospital Marieta em Itajaí tem UTIs quase lotadas; Justiça cobra Estado por estruturação da saúde

Referência na região
da Foz do Rio Itajaí-Açú, o Hospital Marieta Konder Bornhausen, em
Itajaí, está perto da lotação máxima dos leitos de UTI em meio à
pandemia do novo coronavírus. De seis áreas de internação para
tratamento intensivo, quatro tinham 100% de ocupação nesta
terça-feira (19).
As outras duas alas, que
não estavam superlotadas, tinham 20% e 80% dos leitos ocupados nesta
manhã. Apesar da pressão que o novo coronavírus já causa sobre a
unidade, o Governo do Estado descumpriu uma ordem judicial e se nega
a responder em detalhes como fará a estruturação da rede de saúde
na região.
A Justiça havia dado
prazo de sete dias para que o Estado informasse se ainda pretende
instalar um hospital de campanha na região e, caso contrário, qual
a alternativa para ampliação do número de leitos, qual a garantia
de disponibilidade de leitos da rede privada e quantos leitos, de UTI
e enfermaria, serão acrescentados nos hospitais públicos na região.
A resposta que chegou foi insuficiente.
O Ministério Público
de Santa Catarina (MPSC), autor da ação que provocou a decisão
judicial, informou que o relatório apresentado pelo Estado era
evasivo, sem indicação de prazos, número de leitos e,
principalmente, sem indicação do que será feito em caso de um
aumento repentino no número de doentes precisando de internação.
Diante disso, o promotor
Álvaro Pereira Oliveira Melo, da 6ª Promotoria de Justiça de
Balneário Camboriú, pediu que a Justiça previsse multa em caso de
descumprimento. A ação corre em parceria com promotorias de
Itapema, Porto Belo e Camboriú. A juíza Adriana Lisbôa, da Vara da
Fazenda Pública de Balneário Camboriú, acatou o pedido e
determinou esta semana multa de R$ 100 mil ao secretário de Estado
da Saúde, André Motta, caso não preste as informações em até
cinco dias.
O que motivou a ação
do MPSC foi a situação do Hospital Ruth Cardoso, que está
judicializada. Com um hospital regional de fato, mas não de direito
– ou seja, arcando sozinha com os custos – a prefeitura de
Balneário Camboriú anunciou que deixaria de prestar o atendimento
de emergência de “portas abertas”, ainda no ano passado. O
movimento foi impedido pela Justiça.
A região conta com
leitos de UTI apenas no Hospital Ruth Cardoso, em Balneário
Camboriú, e no Hospital Marieta, em Itajaí.
Fonte: NSC - Dagmara Spautz
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