Mais de 76 mil presos tentaram receber auxílio emergencial, diz ministro
Mais de 76 mil pessoas que estão no sistema prisional tentaram
receber o auxílio
emergencial de R$ 600 para trabalhadores informais e
autônomos do Governo Federal. A informação é do ministro da
Cidadania, Onyx Lorenzoni.
"O auxílio não é para bandido,
nem para presidiário. Os R$ 600 são para trabalhadores, pessoas de
bem, vulneráveis, para pessoas que precisam ser protegidas",
disse o ministro, em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto
nesta quinta-feira (16).
De acordo com o juiz
federal Ilan Presser, do Tribunal Regional Federal da Primeira Região
(TRF-1), a regularização do CPF estava causando filas e, de acordo
com ele, isso estaria provocando aglomerações e quebrava o
distanciamento social recomendado para o combate do novo coronavírus
(covid-19). A ordem do juiz foi comunicada após a análise de uma
ação representada pelo Governo do Pará.
O ministro disse ainda que pediu à Advocacia Geral da União
(AGU) para interpor um recurso para reverter a decisão do TRF-1. "Se
o CPF for cancelado, tem 577 mil presidiários que poderão organizar
nos presídios usinas de fraude", explicou. O governo informou
que o Brasil tem 690 mil presos e o número citado pelo ministro
corresponde aos detentos que estão com o CPF
irregular, cancelado ou suspenso.
A equipe que participou da coletiva,
que inclui o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, o da Dataprev,
Gustavo Canuto, e o secretário-executivo do ministério da
Cidadania, Antônio Barreto, disse ainda que o governo trabalha
para regularizar
os CPFs inabilitados por pendências.
Auxílio emergencial
De acordo com a lei aprovada no
Congresso e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 1º de
abril, o Governo Federal fará o pagamento de uma renda básica
emergencial no valor de R$ 600 para os trabalhadores informais,
autônomos e sem renda fixa, durante a crise do coronavírus
(covid-19). O pagamento do benefício será feito ao longo de três
meses.
O recebimento do coronavoucher está
limitado a dois membros da mesma família. A mulher que for chefe de
família monoparental (a única responsável pelas despesas da casa)
receberá duas cotas do auxílio, ou seja, R$ 1.200. Uma medida
provisória publicada no Diário Oficial abriu um crédito
extraordinário de R$ 98,2 bilhões para que o Ministério da
Cidadania implante o auxílio.
O que é preciso para receber o
auxílio emergencial?
- Ser maior de 18 anos de idade;
- Não ter emprego formal ativo;
- Não ser titular de benefício
previdenciário ou assistencial, de seguro-desemprego ou de programa
de transferência de renda federal, com exceção do Bolsa Família*;
- Ter renda familiar mensal per capita
de até meio salário mínimo ou a renda familiar mensal total seja
de até três salários mínimos;
- Não ter recebido rendimentos
tributáveis acima de R$ 28.559,70.
Além disso, o beneficiário tem que
se encaixar em um dos três perfis:
- Ser microempreendedor individual
(MEI);
- Ser contribuinte individual do INSS
(Instututo Nacional do Seguro Social);
- Ser trabalhador informal, autônomo
ou desempregado, de qualquer natureza, inclusive o intermitente
inativo, inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do
Governo Federal (CadÚnico) até 20 de março de 2020 ou que cumpra,
nos termos de autodeclaração, o requisito de renda mensal per
capita de até meio salários mínimo ou renda familiar mensal de até
três salários mínimos.
*O auxílio emergencial, segundo a
lei, vai substituir o benefício do Bolsa Família nas situações em
que for mais vantajoso, de forma automática.
Ampliação das pessoas beneficiadas
O projeto de lei nº 873/20, que
amplia o número de trabalhadores a serem atendidos pelo auxílio
emergencial de R$ 600, deve ser votado nesta quinta-feira (16) no
plenário da Câmara dos Deputados. O impacto do acréscimo no número
de beneficiários será de R$ 10 bilhões. A medida visa reduzir os
efeitos do novo coronavírus na economia brasileira.
O texto inclui trabalhadores informais
como catadores de material reciclável, taxistas, manicures,
diaristas e pescadores artesanais. O projeto do senador Randolfe
Rodrigues (Rede-AP) também permite que mães adolescentes com menos
de 18 anos recebam o benefício. Permite ainda o recebimento do
auxílio no valor de R$ 1,2 mil por pais solteiros, por cota.
Atualmente, o programa paga o valor dobrado apenas para mães
solteiras.
Outra medida do projeto é o acúmulo
do auxílio emergencial com o programa Bolsa Família (com direito a,
no máximo, dois auxílios emergenciais ou um auxílio emergencial e
um Bolsa Família).
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